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China não aceita críticas e pune equipe da NBA e meia do Arsenal

19 de dezembro 2019

Dias após a TV estatal chinesa decidir não transmitir o jogo entre Arsenal e Manchester City por causa de declarações dadas por Mesut Özil, jogador do Arsenal, acusando os chineses de perseguirem muçulmanos, foi a vez de a NetEase, produtora licenciada do game Pro Evolution Soccer, anunciar que o meia será excluído de todas as versões do PES 2020.

A “guerra” dos chineses contra Özil é uma versão um pouco mais branda da crise que envolveu a NBA no último mês de outubro. Na ocasião, o governo chinês entrou em colisão com a liga americana de basquete por conta de um tweet publicado pelo gerente geral do Houston Rockets criticando a opressão chinesa sobre a população de Hong Kong. A China exigia uma retratação pública da NBA, que por seu lado ofendeu o direito de livre expressão do executivo do time.

A crise fez a NBA perder milhões no país que representa seu maior mercado fora dos EUA, enquanto o Rockets viu todos os contratos com patrocinadores chineses ser cancelado.

Agora, com Özil, o foco está apenas no jogador e, de certa forma, de maneira mais branda. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que Özil foi enganado por notícias falsas sobre a vida dos muçulmanos no país.

Apesar de ter nascido na Alemanha, Mesut Özil é de origem turca e pratica o islã. O boleiro criticou o preconceito étnico do governo asiático contra o povo turcomeno uigure – cerca de 10 milhões de pessoas que vivem no extremo-oeste da China – por ter religião, idioma e cultura própria.