HOME

Jovem mantida em cárcere é estuprada e agredida pelos sogros.

30 de março 2022

Uma jovem de 22 anos, mantida em cárcere privado na casa dos sogros, foi resgatada no último domingo (27/03) pela Polícia Militar. A jovem além de mantida lá contra sua vontade, era violentada sexualmente pelo seu sogro, a mando da esposa do mesmo.

A vítima havia se mudado (no dia 22 deste mês) para a casa dos sogros afim de manter proximidade do namorado (atualmente presidiário). A casa dos país do namorado fica mais perto do presídio onde o homem está sendo mantido por estuprar uma criança de 4 anos. Em favor a isso, a mudança se deu para que fosse mais fácil visitá-lo.

A jovem, encontrada no Condomínio Vila Mar, em Niterói, relatou que foi inicialmente agredida pelo casal, que tomou-lhe o celular e também a obrigava a fazer postagens em redes sociais afirmando bem-estar. Foi relatado também, pela mãe da vítima, que além das agressões a garota era obrigada a fazer atividades domésticas. A sogra da garota, inclusive, a obrigava a manter relações sexuais indesejadas com o sogro.

A mãe da vítima depôs que apesar das postagens da “filha” dizendo que estava bem, notou a diminuída da frequência nas redes sociais, até que percebeu o sumiço da mesma e não conseguiu mais contato. Disse também que ficou assustada com o estado da filha. “Ela (a sogra) ia matar minha filha. Ainda tenho medo dela fazer isso” constatou a mulher.

A polícia entrou em ação após um momento de distração dos agressores, no qual a vítima, retomando a posse do seu telefone, conseguiu mandar uma mensagem pra um amigo pedindo-o que entrasse em contato com sua mãe para alertá-la sobre sua verdadeira situação. O casal foi apreendido e encaminhado para o 76° DP localizado no centro da cidade.

A mãe da vítima relata ainda que na primeira delegacia que passou não houve mobilização para o regate da sua filha por falta de equipe, mas que em seguida encontrou um grupo policial que se revoltou com a situação da garota e a acompanhou para o resgate. “Sou muito grata a eles” relatou.

 

Por Vincent Peres

Coronavírus faz número de violência doméstica explodir

24 de março 2020

Segundo a neuropsicóloga Roselene Espirito Santo Wagner, os dados apontam para o aumento de casos de Violência Doméstica, neste momento de Isolamento Social. No Rio de Janeiro, por exemplo, houve um aumento de 50% dos casos durante o confinamento.

Vivemos um momento ímpar na história recente onde nenhum de nós estava preparado para ter de interromper o ritmo normal do nosso cotidiano para combater um inimigo microscópico, o covid-19, que nos fez ficar em casa para conter o aumento da curva de contágio e proteger principalmente nossos idosos.

No entanto, também não tínhamos como prever as consequências do isolamento forçado e da quarentena no nosso comportamento e nas relações domésticas e familiares, dado que esta era uma situação inimaginada, prevista apenas na ficção hollywoodiana.

Dados apontam para o aumento de casos de violência doméstica, neste momento de isolamento social. No Rio de Janeiro houve um aumento de 50% de casos de violência doméstica, durante o confinamento. E qual a explicação para estes números alarmantes?

A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, conhecida como Dra. Leninha Wagner, revela o que pode estar por trás das estatísticas e dos fatos: “Se por um lado nos afastamos voluntariamente do convívio social, por outro nos expomos a um excesso de convívio familiar. Que em alguns, despertou o sentimento de confinamento, de exclusão, exacerbando a agressividade, que antes era liberada, de forma criativa nas relações e programas sociais.”

O que diz a ciência?

A especialista aponta que são vários os estudos que associam o retraimento social a perturbações internalizadas como ansiedade, fobias, hipocondria, TOC, depressão, ideação suicida e agressividade: “É de suma importância as interações sociais para o desenvolvimento dos laços afetivos, do prazer da companhia, do desenvolvimento cognitivo, para a introjeção das normas e leis sociais. No excesso de convívio familiar, crianças com escolas fechadas, estão contidas em ambientes reduzidos, na grande maioria em apartamentos, maridos e esposas, estão dividindo além do espaço físico, a dinâmica da casa com os filhos, no mesmo cenário. Isso potencializa os conflitos e confrontos que estavam latentes, tornando-os agora manifestos”.

O fenômeno da violência doméstica

A Dra. Leninha Wagner revela que a violência doméstica, é compreendida como um fenômeno complexo, nas suas distintas formas, particularmente como causa e consequência a desigualdade de poder nas relações de gênero: “A violência doméstica ou de gênero afeta a integridade biopsicossocial da vítima. São diversas as sintomatologias e transtornos do desenvolvimento que podem se manifestar, tais como: doenças nos sistemas digestivo e circulatório, dores e tensões musculares, desordens menstruais, depressão, ansiedade, suicídio, uso de entorpecentes, transtornos de estresse pós-traumático, além de lesões físicas, privações e assassinato da vítima.”

A importância de buscar ajuda

Estamos num cenário mundial adverso e desafiador e por este motivo a neuropsicóloga aponta que é momento de manter a sanidade mental, através do equilíbrio emocional e, se for necessário, buscar ajuda: “Se em algum momento, você sentir a perda da serenidade. A tal ponto que sua natureza mais primitiva e inconsciente, possa se transformar em violência psicológica, verbal ou física, contra o outro (mulher). Busque ajuda profissional, um Psicólogo poderá lhe ajudar. Já se você sente-se uma vítima em potencial, peça socorro pelos canais oficiais. Não se alie ao inimigo, contra você, por medo ou vergonha. Peça ajuda.”