Fernando Machado
A um ano das eleições gerais no Brasil, o cenário no Oeste da Bahia começa a ser desenhado.
Em dois posts (I e II), apresentei uma lista de nomes com prováveis candidatos à Assembleia Legislativa da Bahia em 2022.
Agora, para finalizar, trago uma relação com 6 possíveis postulantes à Câmara Federal, e suas respectivas condições eleitorais.
Confira:
Marizete de Zito
A primeira-dama de Barreiras reúne, a meu ver, as melhores condições entre os prováveis da região. O fato de ter o prefeito da maior cidade do Oeste como cabo eleitoral é meio caminho andado para Marizete Bastos. Porém, numa eventual disputa pelo União Brasil (fusão DEM-PSL), a esposa de Zito Barbosa vai precisar somar pelo menos 70 mil votos nas bacias dos rios Grande, Preto e Corrente. Alcançar a nota de corte da última eleição é totalmente possível, dado ao condão que Barreiras exerce sobre as cidades vizinhas, mas a ex-prefeita de Brejolândia (1997 a 2000) terá de caminhar bastante.
Terence Lessa
Prefeito de Ibotirama por 2 mandatos (2013 a 2020) , o jovem líder político é a aposta do PT no Oeste da Bahia. A seu favor ele tem o desejo pessoal do governador Rui Costa em sua eleição. Para isso, Rui tem tratado pessoalmente da redistribuição dos mais de 100 mil votos do ex-deputado Nelson Pelegrino, que foi para o TCM, com parlamentares votados na região de modo a garantir que Terence possa palmilhar a margem esquerda do Velho Chico no Estado sem concorrentes na legenda. O PT acredita que o ex-prefeito pode chegar a 70 mil votos. Apesar de toda ambientação criada para sua candidatura, Lessa ainda não decidiu se vai para disputa.
Tito
Eleito em 2018 com quase 50 mil votos, o deputado é forte candidato. Naquele ano, Tito teve perto de 50% dos votos válidos de Barreiras. Em 2022, no entanto, o cenário deve ser outro. Mesmo assim, o parlamentar espera sair da maior cidade do Oeste com pelo menos 1/3 do total de votos dos barreirenses. Para repetir os números de 2018, ou avançar um pouco mais, Tito vem jogando com as armas disponíveis: vultosas emendas parlamentares e bom trânsito no governo Bolsonaro. O deputado tem hoje presença política num número considerável de municípios da Bahia, o que pode ser decisivo para sua reeleição.
José Rocha
Natural de Cocos, médico de formação e deputado há 43 anos, ele vai em busca do seu 12º mandato. José Rocha é um especialista em votos. Entre as eleições de 2006 e 2010, ele perdeu mais de 40 mil. Já no certame de 2014, voltou a passar dos 100 mil votos. Mas em 2018, voltou a cair e se a votação de Isaac Carvalho não fosse anulada, o deputado teria perdido sua primeira eleição. Com forte penetração no Vale do Corrente, seu principal reduto eleitoral ao lado do Sudoeste baiano, Zé Rocha deverá somar, pelo menos, a mesma margem de votos da última eleição.
Oziel Oliveira
Deputado federal entre 2011 e 2015, o ex-prefeito de Luís Eduardo Magalhães deseja retornar à Câmara. Para isso, a aposta dele deve ser a seguinte: obter o máximo de votos possíveis e cravar, caso não alcance o número necessário, posição entre a primeira e terceira suplência no PSD. Numa eventual vitória de Jaques Wagner, para governador, e Lula, presidente, Oliveira assume com certeza uma cadeira no Congresso Nacional com a assunção de dois ou três titulares nos governos petistas. A meu ver, Oziel deve chegar perto da soma de sua esposa, Jusmari Terezinha, nas eleições de 2014, quando ela alcançou, também para federal, um pouco mais de 56 mil votos.
Marcos Pires
O jovem dentista e empresário vem para sua terceira eleição consecutiva. Em 2018, concorrendo ao cargo de deputado estadual, ele somou 6241 votos. Na disputa pela Prefeitura de Barreiras, no ano passado, Marcos foi escalado, na última hora, para substituir o irmão, o então vereador José Barbosa, que ensaiou candidatura a prefeito até o último instante. Com uma campanha modesta e apenas 10 segundos de programa na TV, Pires abocanhou cerca de 1900 votos. Convicto que em algum momento terá a oportunidade de ocupar um cargo público via a vontade popular, Marcos Pires segue, acertadamente.
