Há exatos 11 anos, o pré-candidato a governador da Bahia, Paulo Souto (DEM), chegava a Barreiras, na região Oeste, para um evento político-eleitoral no Bartira Fest.
Hora antes da festa, no aeroporto da cidade, em conversa com a imprensa local, Souto prometia “trazer o governo para o Oeste, com a criação de administrações regionais ligadas diretamente ao gabinete do governador”.
Paulo havia sido derrotado, três anos antes, por Jaques Wagner, após 3 mandatos de governador. Entre 1979 e 2006, ele ocupara inúmeros cargos públicos, inclusive o de senador da República.
Mas, apesar do extenso curriculum de serviços prestados, o ex-governador parecia conhecer muito pouco da Bahia e, mais precisamente, ignorava os anseios de uma população desconhecida.
A fala de Paulo Souto, naquele momento, soou como uma obrigação retórica, um dever semiótico, uma satisfação ao eleitorado da região por não ter nada, absolutamente nada, para apresentar ou propor.
Hoje (25|nov), o pré-candidato a governador da Bahia, ACM Neto (DEM), desembarcou em Barreiras, também para um evento político-eleitoral no Bartira Fest.
Hora antes da festa, no auditório da AIBA, em conversa com a imprensa local, Neto também prometeu que, caso vença as eleições, em algumas regiões terá “um braço avançado do governo. Uma presença orgânica e institucional do governo na região”.
Em 1999, na gestão do governador César Borges, ACM, o neto, assumia um cargo estratégico na Secretaria Estadual de Educação. Nestes 22 anos de vida pública, o jovem líder foi deputado federal e prefeito de Salvador.
Com a morte de Luís Eduardo Magalhães, em 1998, o chefe político da família, Antonio Carlos Magalhães, passou a apostar no neto. Desde então, todas as pedras do Rio de Ondas sabem que ACM Neto tentaria ser governador da Bahia.
Mas o que causa espanto é que – me parece – após a vivência e experiência adquiridas, Antônio Carlos Peixoto de Magalhães Neto tenha aprendido muito pouco sobre as pessoas que vivem na região Oeste – suas queixas, demandas e sonhos.
Repetir uma década depois a mesma proposta apresentada por um candidato que já havia governado o Estado por 12 anos e que não conseguiu implementar o que acabara de prometer, é mais do mesmo.
É esse o debate do novo contra o velho?