Durante a sessão da Câmara Municipal de Barreiras, realizada na última terça-feira, dia 22 de abril, a vereadora Silma Alves trouxe à tona uma polêmica envolvendo a área da saúde pública do município. Em seu pronunciamento, Silma afirmou que a Prefeitura de Barreiras divulgou uma matéria oficial que dá a entender que não há mais fila de espera para exames clínicos e cirurgias eletivas no município — uma declaração que, segundo ela, não condiz com a realidade vivida pela população.
A vereadora se referia à matéria publicada no portal oficial da Prefeitura, intitulada “Em diálogo com servidores da Central Integrada de Regulação, Prefeito Otoniel Teixeira destaca compromisso com a agilidade na marcação de exames e procedimentos no município”. No texto, a gestão municipal afirma:
“Desde o início deste ano estamos realizando cirurgias, e atualmente não temos demanda reprimida para os procedimentos de média complexidade.”
A partir dessa afirmação, Silma destacou o seguinte raciocínio:
“Se não há demanda reprimida, logo não temos mais fila.”
Apesar de a informação constar de maneira clara no material institucional da Prefeitura, o conteúdo não encontra respaldo nos relatos de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que ainda enfrentam demoras significativas na realização de exames e procedimentos eletivos. Para a vereadora, a contradição entre o discurso oficial e a realidade dos pacientes precisa ser discutida com responsabilidade.
“Não podemos permitir que a narrativa institucional se sobreponha ao que o povo sente na pele. A fila ainda existe. Há pacientes esperando há meses por exames simples e cirurgias que não são de emergência, mas que impactam diretamente a qualidade de vida das pessoas”, afirmou Silma Alves durante a sessão.
A Central Integrada de Regulação, mencionada na reportagem da Prefeitura, é responsável por organizar e viabilizar o acesso da população a exames e procedimentos especializados. A vereadora cobrou transparência nos dados sobre a fila e questionou quais critérios foram utilizados pela gestão municipal para afirmar que não há mais demanda reprimida para procedimentos de média complexidade.
Moradores de diferentes bairros da cidade têm relatado dificuldades para conseguir marcações e prazos considerados longos para exames como ultrassonografias, endoscopias e consultas com especialistas. Em redes sociais e em grupos de mensagens, diversos relatos apontam para uma realidade bem distinta da apresentada na matéria institucional.
A declaração oficial da Prefeitura ainda não foi revisada ou esclarecida até o momento. Já a vereadora reforçou que seguirá acompanhando o tema e pretende solicitar formalmente, nos próximos dias, a apresentação de dados oficiais sobre a fila de espera na rede municipal de saúde.
A discussão reacende o debate sobre transparência na gestão da saúde pública e a importância de alinhar a comunicação institucional com a realidade vivida pelos cidadãos.