Os dados mais recentes do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgados neste mês de maio, escancararam a desigualdade no avanço da educação pública na Bahia. O levantamento mostra que apenas 12% dos municípios baianos — o equivalente a 51 entre 417 — alcançaram índices considerados positivos no setor educacional.

Apesar do retrato preocupante no estado como um todo, o Oeste da Bahia tem conseguido se distanciar, ainda que timidamente, da média negativa. A região, que inclui municípios como Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e outros polos do agronegócio, apresentou desempenho acima da média em áreas estratégicas como educação, saúde e renda.

Enquanto cidades como Pilão Arcado, Itabela, Casa Nova e Sítio do Mato registraram notas críticas (com índices abaixo de 0,25 na educação), o Oeste conseguiu manter números mais equilibrados, com desempenho superior ao da capital Salvador, que teve nota de 0,51 — abaixo do mínimo para uma avaliação positiva.

Os critérios do IFDM vão de 0 a 1. Notas acima de 0,6 são consideradas positivas (entre 0,6 e 0,8 — desenvolvimento moderado; acima de 0,8 — desenvolvimento alto). Na Bahia, 297 municípios ficaram abaixo desse patamar, revelando um cenário estruturalmente frágil. Apenas 51 municípios apresentaram desenvolvimento moderado e 69 entraram na faixa crítica.

Luís Eduardo Magalhães voltou a figurar entre os melhores desempenhos no eixo Emprego e Renda, com nota acima de 0,8, ao lado de Simões Filho — um dado que evidencia a força da economia do agronegócio e da organização municipal no Oeste.

Na área da saúde, o destaque do estado foi Maetinga, no sudoeste, único município com nota acima de 0,8. Ainda assim, o índice de avaliação positiva na saúde foi de 34,5% — quase três vezes mais que na educação.

Embora os dados indiquem uma melhora gradual no desenvolvimento baiano entre 2013 e 2023, o avanço ainda é insuficiente diante dos desafios sociais e estruturais. O Oeste da Bahia, no entanto, tem se mostrado uma exceção, acumulando bons resultados nos três pilares avaliados: educação, saúde e renda.

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