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Deputados debatem comercialização da maconha no Brasil

02 de março 2020

A comissão especial da Câmara Federal que analisa a comercialização de medicamentos feitos com cannabis, a popular maconha, reúne-se nesta terça-feira (03|mar) para debater o potencial brasileiro para o cultivo da planta. O debate atende a pedido de diversos parlamentares.

Há centenas de evidências científicas sobre os benefícios terapêuticos do uso de extrato da cannabis sativa em tratamentos de inúmeras enfermidades tais como autismo, epilepsia, Alzheimer, doença de Parkinson, dores crônicas, neuropatias e câncer, e que hoje são reconhecidas em muitos países e também no Brasil.

“A regulamentação da cadeia produtiva de canabidioides no Brasil é uma demanda da sociedade, sendo assim prioridade para nós legisladores conhecermos os reais motivos que impedem a produção do canabidiol no Brasil, visto que muitos outros países já o fazem de maneira séria e responsável”, afirma o deputado Eduardo Costa (PTB-PA).

Foram convidados para discutir o assunto:
– o engenheiro agrônomo e diretor da Câmara Técnica das Ciências Agrárias da Sociedade Brasileira dos Estudos da Cannabis, Dennys Zsolt;
– o especialista do Ministério da Agricultura e Agropecuária, Luis Eduardo Rangel;
– o diretor da Divisão de Licenciamento de Cultivo CalCannabis do Departamento de Alimentos e Agricultura da Califórnia, Richard Parrott; e
– o cientista social Paulo Fraga.

Empresa defende plantio de maconha no Oeste da Bahia; Angical seria polo

13 de junho 2019

A Anvisa encaminhou na última terça-feira (11|jun) consulta pública sobre a regulamentação do cultivo de Cannabis Sativa para uso medicinal no Brasil. As medidas tratam de regras para o registro de medicamentos produzidos a partir da maconha. Empresas, pesquisadores e representantes da sociedade civil poderão participar da consulta, que deve ficar aberta por pelo menos dois meses.

Nos Estados Unidos da América, onde a produção de remédios e outros produtos à base de componentes da folha é permitida em vários Estados, foram cultivados mais de 31 milhões de hectares de Cannabis para fins industriais em 2018, movimentado um mercado de aproximadamente R$ 5 bilhões, aponta matéria da jornalista Carla Aranha, para o portal da revista Globo Rural.

A maconha vem sendo utilizada para a fabricação de medicamentos para uma série de doenças, entre elas epilepsia, mal de Parkinson e esclerose múltipla. A fibra da planta, bastante resistente, é empregada na produção de tecidos, materiais para a construção civil e móveis há milhares de anos.

Um grupo de empresários aguarda o parecer final da Anvisa para começar a investir no cultivo e na produção no Brasil. Eles são proprietários do grupo Piahuy, que fabrica, no Uruguai e em Portugal, remédios feitos com princípios ativos do cânhamo. “O processo começou a caminhar mais rapidamente no Brasil”, diz Eduardo Sampaio, um dos proprietários da empresa, que planeja investir cerca de R$ 20 milhões em unidades fabris no país.

Se o cultivo for legalizado, o empresário pretende comprar a planta de agricultores com autorização para o cultivo. Segundo Sampaio, o “Cerrado e a região Oeste da Bahia, com tempo ensolarado e a quantidade ideal de chuvas para a Cannabis, seriam áreas propícias para o plantio”.

 

Há pelo menos 10 anos eu escrevo por aqui e tenho dito por aí que, quando o Brasil compreender com clareza, despido de preconceitos moral e religioso, a importância econômica da maconha, nós poderemos garantir emprego, renda e desenvolvimento social a partir do cultivo da planta. Mais do que isso, eu arrisco sempre em dizer, e repito agora, que a reforma agrária de Angical reúne por diversos motivos as condições necessárias para se tornar o maior polo de plantio da folha no Nordeste. |Fernando Machado|